segunda-feira, 18 de abril de 2011

ao bruno sequeira... tardiamente...

deixa-me ser...
lama...
ferida e o meu corpo vivo do teu corpo...
um interior navio dos meus passos...
deixa-me ser...
a subtileza, por cima do mar,
em galáxias que não explico, quando me internaram no íntimo de ti...
a parte de mim doente,
 que ainda não parte,
quande me abandonas à imagem do próximo sangue cinza...
branco...
preto...
deixa-me ser...
deixa-me estar...
em arco, nesta copa de um corpo majestoso onde multiplico
o esplêndido mercúrio,
quando imaginar a cintilante criatura da linguagem...
deixa-me ser...
o desejo atravessado num pátio de cansaço...
pára!!! meu lume alquímico nos olhos!!...
procurar-te,
 é a degradação e o estrondo de entrar em oceanos vegetais,
onde zumbes lunares ciúmes...
morrendo-me...
deixa-me ser...
a poeira...
o zinco que rebenta...
a orla calcária...
o seio...
deixa-me ser...
SILÊNCIO!!...

afonso homem

 

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