penso-te,
neste "exíguo pecúlio de palavras à beira do silêncio"...
nestes vendavais mudos
à destruição do mundo...
amo-te sobre intempéries nocturnas do mimo,
sob os terramotos sanguínicos da minha vasta ternura,
que espero que te devaste no aconchego
ao chegar a ti...
quando eu puder,
quando me deixares...
dá-me o teu silêncio que escondes sempre
numa margem do nosso oceano maior,
inteiro...
acendes os olhos,
e as palavras, rebentam o feto,
a música e os deuses que sempre quisémos continuar...
imaginar...
abraço-te como pele,
terra,
como mar...
abraço-te como sede de um
bruxuleante pequeno luar...
e,
se não houver um coração materno disponível de manhãs,
guarda o meu como cegueira,
como noctívagos e derradeiros
ecos de silêncio...
afonso homem
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