moro neste morno dormente
azul de ti...
ínfimo mel de um corpo antigo,
de um coração desgasto,
de escrever as pálpebras no diminuto
rosto da alma...
tenho nas mãos um sono,
uma ternura,
um raríssimo pau-de-chuva,
mas sei que não ouvirás o seu nascer das nuvens...
do medo ao dilúvio cansado,
da cinza ao dormente correr da noite...
depois, a velocidade misteriosa
da solidão ao desejar-te,
à desabitada beira-mar...
e todos estes pedaços de corpo,
à luz lunar, são teus...
hei-de ter tempo de pouca luz em ti,
quando de repente, chover!!...
afonso homem


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