hoje, se passares no redor vermelho da boca, no regresso permanecer da luz, o silêncio é um rosto teu à deriva, enquanto eu puder em chamas, escrever-te no lume de um travo salgado, onde o existir é uma cinza, um tempo nenhum que se apaga quando súbitamente rebentar a magra cintura de uma miragem, e se, no limite da pele sorridente entre as flores, tiveres a coragem devastadora de estenderes as mãos depois do pânico, nascerás nos jardins que destinaste sepultar em mim... torna a esconder-te na demorada lágrima com que inventaste o explodir do corpo, e na paixão do olhar ausente, disseste: - é para ti!!... e nunca ninguém me tinha dito que o amor era um rosto encostado na espuma das ondas... a cada nascer do dia...
afonso homem


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