fiquei preso às horas que se movem sem destino. sei que contaram, sei que nasceram à margem do sangue, sei que marcaram o mesmo tempo de contar,
um fazer de conta do que sempre acreditei.
"não sou nada. nunca serei nada. não posso ser nada. à parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo..." e hoje sem vontade de ter à parte do que sou,
um qualquer sonho do mundo.
é no mais breve , no mais raro adeus que moram as memórias que sobram ao acaso, as mais morosas, as mais sombrias, as mais agarradas ao sonho que um dia nos alimentou o mais perfeito mundo do sonho. não precisámos de ter sono, nem adormecemos sequer... foi estarmos vivos de existência e termos sido o querer ser o próprio sonho de nós... do mundo...
sabes, escondi sempre um adeus demorado por onde pintei as palavras todas que te irão dizer que a despedida não é o fim, mas sim o princípio de tudo o que não conseguimos, o que não quisémos, o que não podemos esquecer...
hei-de lembrar-te na elegância... na pureza...
hei-de lembrar-te no beijo pousado no pedaço de sorriso que um dia morou em mim...
sei que não corrompi a promessa com que te pensei todo este tempo, mas é tempo de começar de novo, ao ser um mundo novo de medos, mas sei que nunca será de sonhos... de novo...
hei-de lembrar-te no escorrer dos olhos exaustos do meu tempo... no perfume do poema, no pólen do sonho...
hei-de lembrar-te no ópio do riso, no vício do beijo... no mundo!!
talvez farei o mais perfeito adeus às palavras com sentido, o mais perfeito silêncio às letras que para mim sempre foram ventre, placenta perfumada ou o mais querido parto em mim de tão amado...
eu sei que conseguirás viver com os assombrados espíritos inquietos dos teus derramados sonhos, isso é a força que nos derrota, a força com que vencemos a mais dolorosa partida de quem um dia foi "nosso"...
é na ausência redonda que mais sentimos...
é na distância sublime que mais amamos... e não na partida, nem chegada de quem já fomos...
a despedida não é um adeus de chegar, não é um adeus de partir, é apenas um beijo por dar, apenas uma palavra por dizer... um coração apenas por sentir...
e hoje... será só um adeus a mim...
a ti...
um adeus a nós, rumo ao silêncio...
afonso homem
terça-feira, 16 de novembro de 2010
adeus...
fiquei preso às horas que se movem sem destino. sei que contaram, sei que nasceram à margem do sangue, sei que marcaram o mesmo tempo de contar,
um fazer de conta do que sempre acreditei.
"não sou nada. nunca serei nada. não posso ser nada. à parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo..." e hoje sem vontade de ter à parte do que sou,
um qualquer sonho do mundo.
é no mais breve , no mais raro adeus que moram as memórias que sobram ao acaso, as mais morosas, as mais sombrias, as mais agarradas ao sonho que um dia nos alimentou o mais perfeito mundo do sonho. não precisámos de ter sono, nem adormecemos sequer... foi estarmos vivos de existência e termos sido o querer ser o próprio sonho de nós... do mundo...
sabes, escondi sempre um adeus demorado por onde pintei as palavras todas que te irão dizer que a despedida não é o fim, mas sim o princípio de tudo o que não conseguimos, o que não quisémos, o que não podemos esquecer...
hei-de lembrar-te na elegância... na pureza...
hei-de lembrar-te no beijo pousado no pedaço de sorriso que um dia morou em mim...
sei que não corrompi a promessa com que te pensei todo este tempo, mas é tempo de começar de novo, ao ser um mundo novo de medos, mas sei que nunca será de sonhos... de novo...
hei-de lembrar-te no escorrer dos olhos exaustos do meu tempo... no perfume do poema, no pólen do sonho...
hei-de lembrar-te no ópio do riso, no vício do beijo... no mundo!!
talvez farei o mais perfeito adeus às palavras com sentido, o mais perfeito silêncio às letras que para mim sempre foram ventre, placenta perfumada ou o mais querido parto em mim de tão amado...
eu sei que conseguirás viver com os assombrados espíritos inquietos dos teus derramados sonhos, isso é a força que nos derrota, a força com que vencemos a mais dolorosa partida de quem um dia foi "nosso"...
é na ausência redonda que mais sentimos...
é na distância sublime que mais amamos... e não na partida, nem chegada de quem já fomos...
a despedida não é um adeus de chegar, não é um adeus de partir, é apenas um beijo por dar, apenas uma palavra por dizer... um coração apenas por sentir...
e hoje... será só um adeus a mim...
a ti...
um adeus a nós, rumo ao silêncio...
afonso homem
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