às vezes,
o vidro é uma planície
onde atiramos a velocíssima geada do corpo...
depois,
chegará o desassossego,
durante a vertigem,
e as marés
como subúrbios,
virão rodopiar as flores fechadas das águas.
quão elegante é
esta brisa que te abriu,
ao esconder-me no longínquo
fundo do mar...
olho-me,
e choro-me no espelho
flutuante do teu gesto.
és pétalas em mim...
um único coração que me nasceu
no breve abandonar de um jardim...
sentado,
no gemido do orvalho,
aventurei-me na tua ausência...
e dormirei morrendo,
meu amor,
onde te deixei em silêncio...
afonso homem


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