sábado, 5 de março de 2011


olhos que me pedem o teu despertar,
o que eu não posso adormecer no mimo,
o silêncio de mais um dia encostado neste despertar
de vestir o corpo prometido,
se a dor não desistir noutro que poder nascer...
somos iguais numa margem só...
somos imagem num espelho de água,
vapor da existência que vestimos como um
resistir ao amor que fizémos nas noites lentas...
diremos,
falaremos de nós,
quando o dia despertar no repentino esboço das mãos
que doem como raíz
 e tanto que procuro o som mais alto,
no cimo de mim...
velo o teu sono à beira do meu silêncio...
que sempre lento, moroso, tardio,
é corda da minha harpa, música, e existência...
veludo e seda,
tule no que há-de tombar em mim...
 em todas as cores do que eu te esconder...
sem um qualquer determinado fim...
mas antes,
vou pousar as asas,
eu único,
num céu de compassos,
explêndido de promessas,
 extraordinárias,
 violínicas...
e esses ombros onde pousaram sombras...
luz de nós dois...
sem dias... sem noites...
só o inventar o mundo...
E AS TUAS MÃOS,
E O TEU CORPO,
 E O SILÊNCIO... 

afonso homem


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